domingo, 14 de fevereiro de 2010

Capítulo 4 (segunda parte do Felipe)

oi gente, quem tá falando aqui é o Felipe, eu não to muito pra detalhes hoje, a vida é chata sem Rodolfo, e muito mais COM ele do jeito que está. Hanna chegou na sala quando eu estava pra dormir e me perguntou assim: Eu tava lendo o seu post, na parte que você falou: "Ele vai querer me matar quando souber mas ele que venha porque eu também tenho muita experiência nisso" O que quis dizer? Vo-vo- você já matou alguém? Bom Hanna, eu não vou mentir pra você, por que aliás eu te considero muito e confio em você, espero que faça o mesmo - Não, tudo bem. Eu guardo segredo, juro. Bom, melhor assim, eu vou te contar a história desde o começo... Eu nasci, meus pais não tinha muita renda (risos) quer dizer, quase nenhuma. O dinheiro que meu pai ganhava mesmo sendo pouco, gastava no bar e com drogas. Daí vem toda aquela história, tipo, chegava em casa tarde e batia na gente e etc. sabe né? Aham, aham. sei. Bom, é isso aí... Quem tinha que trabalhar na minha casa era minha mãe. Ela ganhava menos que um salário mínimo, para sustentar eu e minha irmã mais nova. Morávamos na favela, e eu não estudava, dispus o tempo da escola para pedir dinheiro no farol (a situação era calamidosa). Como na minha favela o trafico era forte, um dia meu pai bebeu, e saiu entrou na casa errada e acabou sendo morto. Não fiquei triste, só um pouco pelo fato de ele ser meu pai, mas já era de se esperar, pois quando ele bebia, não tinha conta dos perigos da favela. O pior foi quando a minha irmã estava perto da morte. Minha irmã sempre foi muito estudiosa, estudava na cidade grande, não em escolas porcarias. Ela sempre lutou muito para um ensino melhor. Certo dia ela ligou para o orelhão, o meio de comunicação entre nós, e eu atendi. Ela estava desesperada pois disse que tinha um cara seguindo ela, o ruim era que ela ainda não estava na favela, pois se estivesse, pelo menos estaria mais protegida, pois algumas pessoas na entrada conhecem ela. Então ela me deu as informações de onde estaria e eu fui correndo para buscá-la, ela tinha apenas 16 anos, era uma criança ainda. Pedi ajuda a um amigo meu, que foi comigo em um carro, quando chegamos o cara estava 'agarrando' ela, meu amigo dentro do carro me deu uma arma, entao eu falei: - se ta louco cara?! eu nao mato pessoas não! ele respondeu: - aquele cara é muito grande, e você não sabe se ele está armado. Você pode morrer cara, vai por mim, é muito mais facil você atirar nele daki e evita que sua irmã seja estuprada digamos assim, e evita também a sua morte. Logo ele já me empurrou do carro, eu me escondi atrás de um poste, e mirei, fiquei com medo de acertar a minha irmã, minhas mãos estavam tremendo, e eu estava desesperado. Foi quando minha irmã me viu, com uma arma na mão e empurrou ele, e daí eu atirei. Foi um susto. Quando eu abri os olhos, o cara estava morto minha irmã chorando, foi quando meu amigo saiu do carro e disse: - Cara! Isso foi profissa, eu não costumo matar pessoas também mas quando precisa né... Depois ele foi e pegou tudo que o cara tinha e me deu: - Toma, essa é a sua parte. Ele me deu um bolo de dinheiro e umas jóias que o cara devia ter roubado antes de, sei lá, tentar estuprar minha irmã. Depois ele falou: - Olha, eu fiquei com a parte maior por que o carro é de uns cara lá, a arma também, eles vão cobra e etc tá? - Não tudo bem - eu disse assustado ainda - eu achava que nem ia ficar com nada, fiz isso pela minha irmã. Até hoje ela tem trauma sabe. Um, pelo cara que tentou estuprar ela, dois, por eu ter que matá-lo para salvá-la. Mas nesse dia, eu vi que eu consegui mais do triplo do salário sofrido da minha mãe em apenas um dia. E eu já tinha o que? 20 anos?... Não dava mais pra estudar, no meu ponto de vista. E eu também nem queria. Tudo o que consegui aprender foi com minha mãe, e era o suficiente. Quando completou um ano do acontecido, meu amigo chegou em mim e disse: - Cara, tava precisando de uma grana, o negócio tá feio lá em casa sem meu pai... - Eu também, minha mãe não da conta do recado sozinha. - Meu, o que você acha de a gente ir lá na cidade? Ver se a gente consegue uma graninha - Pode ser, pode ser... - Pra que?! Por que eu falei isso. Ainda não intendo até hoje por que. Mas chegamos a cidade e eu e ele nos enfiamos em um beco, ele me deu uma touca com furos nos olhos e na boca e eu falei - Cara se tá loko?! (reconheçe a frase né?) Eu achei que a gente fosse arranjar dinheiro de outra forma, não matando gente! - Relaxa cara, tá sem bala. Fomos então, comigo tremendo como sempre, entramos no corredor de um "condomínio"e assaltamos duas pessoas, com isso conseguimos 2 celulares, brincos e jóias de ouro, e mais de 1000 reais sem contar alguns cheques que eles fizeram. Quando estávamos voltando eu disse para o meu amigo: - Você parece muito profissional nessas coisas... - Aprendi tudo o que sei com meu pai, ele me ensinou mira, como assaltar, embora eu nunca tenha feito isso. Não gosto muito de crime... Então a partir daí, achamos a vida muito mais fácil assaltando. Esse meu amigo também era companheiro de farol sabe? Até que um dia uns policiais entraram no meu barraco quando eu e meu amigo estávamos lá. Eles encontraram uma arma, apreenderam e falaram: Saiam da favela e não brinquem mais com isso crianças ;] - Ma-mas tinha uma arma aqui dentro! Eu disse. O PM sorriu e disse: Relaxa, agente fala que "os bandidos conseguiram fugir". Vocês ainda são novos, tem a vida pela frente. Foi quando então eu e meu amigo saímos correndo, assaltamos umas pessoas, e com o dinheiro fomos para a Europa. E lá ficamos, escondidos. Trabalhávamos para uns grupos de skinheads, eu nunca gostei, por que tenho descendencia negra, só não parece. Daí eu abandonei o negócio e começei a trabalhar como assaltante, meu amigo veio logo depois de mim. As vezes tinhamos que matar algumas pessoas, daí vem a frase: "...que eu também sei muito bem como matar alguém" Ma-ma-mas e sua mãe e sua irmã?! Mando dinheiro pra elas todos os meses. Elas não moram mais na favela, minha irmã conseguiu um emprego bom... Cara... Essa história é de dar arrepios... Mas e aquele seu amigo, que foi desde a infância? Bom, esse meu amigo é o Rodolfo, talvez ex-amigo né... Por isso que eu fiquei inconformado por ele trocar a nossa amizade por você. Não me leve a mal por favor. - Bom, claro... Mas não acredito! Esse amigo era o Rodolfo?! O Rodolfo é um assasino profissional? (risos) Não vamos dizer assim, digamos que ele é assaltante profissional. Ele não liga de ser chamado assim... Ele era filho do chefe do trafico... O pai dele morreu quando ele tinha uns 20 anos... Foi uma perda terrível pra ele. - Coitado, que falta de sorte. - E ele nunca ligou muito para mulheres, eu também não. Éramos concentrados no nosso trabalho... Nunca fomos normais mesmo... Tinhamos dó quando tinhamos que matar as pessoas. E ainda a única garota que ele gosta, não dá a mínima pra ele =/ como você quer que ele se sinta?... Bom, é mesmo. Agora eu fiquei com dó... Mas tipo, ele consegue ler os seus posts? - Não - Ah, que bom. - Olha Hanna, aquele papo sabe de não abrir mão de você, era por que eu não achava que o Rodolfo ia ficar assim. Mas se você quiser ficar com ele, eu vou ser o primeiro a apoiar... - É... Depois dessa né... De toda a vida dele... Posso até pensar... Ele pode ficar psicopata. :D Se importa de eu ir lá e falar com ele? - Não, claro que não... Vai lá... Pensa meu, agente é só amigo nada mais... Eu não me incomodo não... - E sorri, foi até aí, por que depois ela saiu era exatamente 1h da madrugada, e ela saiu correndo... Bom, espero que o Rodolfo goste da surpresa... ;)

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